quarta-feira, 18 de março de 2009

poesia e propaganda


Há tempos que o mundo da propaganda deixou de ser técnico e se tornou uma vertice da arte. Visual, som e retórica trabalham em harmonia pra impressionar..se as vezes a intençao nao é excepicional....a concepçao pode muito mais nobre...

Arnaldo Antunes tem sido a voz que tem invadido nossas casas com poesias belissimas envoltas em belas imagens, que a todos seduzem ao ponto de eu nem notar de que era a propaganda.



Rotina (Arnaldo Antunes)
“A idéia é a rotina do papel..

O céu é a rotina do edifício..

O início é a rotina do final..

A escolha é a rotina do gosto..

A rotina do espelho é o oposto..

A rotina do perfume é a lembrança..

O pé é a rotina da dança..

A rotina da garganta é o rock..

A rotina da mão é o toque..

Julieta é a rotina do queijo..

A rotina da boca é o desejo..

Vento é a rotina do assobio..

A rotina da pele é o arrepio..

A rotina do caminho é a direção..

A rotina do destino é a certeza..

Toda rotina tem sua beleza..”

O que faz você feliz?
Arnaldo Antunes

“O que faz você feliz?

A lua, a praia, o mar.

Uma rua, passear.

Um doce, uma dança.

Um beijo ou goiabada com queijo?

Afinal, o que faz você feliz?

Chocolate, paixão

Dormir cedo, acordar tarde

Arroz com feijão, matar a saudade

O aumento, a casa, o carro que você sempre quis

Ou são os sonhos que te fazem feliz.

Dormir na rede, matar a sede

Ler ou viver um romance

O que faz você feliz?

Um lápis, uma letra, uma conversa boa

Um cafuné, café com leite, rir a toa

Um pássaro, um parque, um chafariz

Ou será o choro que te faz feliz?

A pausa para pensar

Sentir o vento

Esquecer o tempo

O céu

O sol

Um som

A pessoa

Um lugar.

Agora me diz o que faz você feliz?!

domingo, 15 de março de 2009

Quanto de mim?



Sei o quanto de mim posso por em vida, pra que a vida me pareça verdadeira.


Sei o quanto de mim eu ponho do momento em um instante pra que o instante seja duradouro.


Sei o quanto de mim eu tenho de força pra lutar contra os egos que sao maiores que as verdades.


Mas nao o sei o quanto duro por estar sempre no oposto, em contra-mao. Por que o certo sempre parece menos logico.


Há de haver a hora de um sorriso valer mais que um motivo.


Há de haver um tempo de que nao vistassemos o todo e mais os detalhes.


"talvez um dia vc consiga ser menos rei e um pouco mais real"...


Tudo agora me lembra Shakeaspeare



HAMLET: Ser ou não ser... Eis a questão. Que é mais nobre para a alma: suportar os dardos e
arremessos do fado sempre adverso, ou armar-se contra um mar de desventuras e dar-lhes fim tentando resistir-lhes? Morrer... dormir... mais nada... Imaginar que um sono põe remate aos sofrimentos do coração e aos golpes infinitos que constituem a natural herança da carne, é solução para almejar-se.


Morrer.., dormir... dormir... Talvez sonhar... É aí que bate o ponto. O não sabermos que sonhos poderá trazer o sono da morte, quando alfim desenrolarmos toda a meada mortal, nos põe suspensos. É essa idéia que torna verdadeira calamidade a vida assim tão longa! Pois quem suportaria o escárnio e os golpes do mundo, as injustiças dos mais fortes, os maus-tratos dos tolos, a agonia do amor não retribuído, as leis amorosas, a implicância dos chefes e o desprezo da inépcia contra o mérito paciente, se estivesse em suas mãos obter sossego com um punhal? Que fardos levaria nesta vida cansada, a suar, gemendo, se não por temer algo após a morte - terra desconhecida de cujo âmbito jamais ninguém voltou - que nos inibe a vontade, fazendo que aceitemos os males conhecidos, sem buscarmos refúgio noutros males ignorados?
De todos faz covardes a consciência. Desta arte o natural frescor de nossa resolução definha sob a
máscara do pensamento, e empresas momentosas se desviam da meta diante dessas reflexões, e até o nome de ação perdem. Mas, silêncio! Aí vem vindo a bela Ofélia. Em tuas orações, ninfa, recorda-te de meus pecados.






Um toque de sutileza


Enfim...um toque sutil nos dias frios que assolam essa geraçao.

O mundo que anda tao insensivel, tao drastico ganhou um pouco de ternura.

Foi essa minha impressao ao assistir "Quem quer ser um milionario".

Belissimo filme indiano que traz a perfeiçao em todos os detalhes.

A industria de cinema americano chora de inveja.

Os espectadores choram de emoçao.

Aos mais pessimistas a oportunidade de torcer pela esperança. Aos mais sensiveis a redescoberta do amor unido ao destino. Aos mais criticos um heroi que na fraqueza contruiu sua força. Aos mais visuais a arte fala por si...


Enfim o oscar com justiça...